Publicado em 04/06/2019 as 9h10
Partindo para Franco da Rocha
Sob chuva Claudinei é recebido pelo irmão em Franco da Rocha Foto: Aparecido Brentan
Um andarilho que estava perambulando pelas ruas de Fernando Prestes e Agulha teve sua identidade resgatada por um grupo de voluntários, alguns policiais militares e entregue aos familiares em Franco da Rocha-SP.
Segundo Maria Angela Machado, funcionária pública municipal que trabalha na Unidade Básica de Saúde local, a história toda começou na ultima quarta-feira, 29/05, à noite, quando uma moradora do distrito de Agulha avisou a polícia que uma pessoa estava caída na calçada nas proximidades de sua residência.
Os policiais militares, soldados Jonhy Piotto e Rafael Alencar e o cabo Sergio Torrente foram até ao local socorreram o homem e o levaram até ao pronto atendimento de saúde aqui em Fernando Prestes. Durante esse atendimento, o homem conseguiu dizer o número de seu RG aos policiais que imediatamente pesquisaram no banco de dados da polícia e descobriram que havia um boletim de ocorrência de desparecimento de pessoa registrado em 2013. Nesse dia descobriram a identidade do andarilho: Claudinei Messias da Silva, 49 anos. No outro dia cientificaram Daniela Cunha e Izabela Manjerão, respectivamente psicóloga e assistente social que atuam na municipalidade.
A história se espalhou e foi feito contato com a família de Claudinei em Franco da Rocha. Disseram que estava à procura dele fazia seis anos. A reportagem deste jornal também fez contato via fone com Carlos Roberto Messias da Silva, irmão do andarilho e contou que ele tem problemas de esquizofrenia leve, alcoolismo e periodicamente desparece, mas logo retorna. “Dessa vez fazia muito tempo e até achamos que ele tinha morrido. Ficamos felizes com seu reaparecimento” disse Carlos. Ainda segundo o irmão, antes de se mudarem para Franco da Rocha, residiam em Ituverava e Claudinei trabalhou em várias usinas de cana-de-açúcar e álcool da região de Ribeirão Preto, pois ele é técnico em Química Industrial. Após a mudança para a grande São Paulo Claudinei chegou a trabalhar em uma usina no estado de Goiás.
Após o contato com a família ficou a dúvida de como aconteceria o reencontro. Carlos, o irmão disse não tinha dinheiro suficiente para vir buscar Claudinei antes de quinta-feira próxima, 06/06. Nessa altura várias pessoas já tinham conhecimento do caso do andarilho em Fernando Prestes e muitos buscaram condições para alimentá-lo e vesti-lo. No sábado, 01/06, o destino adiantou o reencontro de Claudinei com sua família. A enfermeira da UBS local, Solange Luciano tinha um curso em São Paulo e precisava estar naquela cidade no domingo à tarde. Sabendo disso, Maria Angela entrou em ação e fez contato com José Padalin, encarregado do transporte da Saúde municipal e sugeriu uma “carona” à Claudinei. Padalin solicitou autorização a seus superiores e após procedimentos formais ficou certo que o andarilho seria “entregue” no domingo e assim não precisaria esperar por seu irmão na próxima quinta-feira.
No domingo de manhã, Carlos Justo, o Iei; o Marcos dos Santos, o Baby; o Cabo PM Sabadim trataram de dar um trato no asseio de Claudinei numa ducha quente na sede do Cras. Nada que três demãos de bucha e sabonete que não saia. Roupas doadas pela comunidade, uma bolsa de nylon vermelha ao invés do saco, um sapatão novo e para ficar preparado para a viagem um bom sanduiche e um suco fornecido pelos funcionários de plantão na UBS “Bento Franzoni”.
O trio partiu de Fernando Prestes por volta das 11h e Claudinei foi recebido pelo irmão no Rodoanel nas proximidades de Franco da Rocha. O motorista da prefeitura Aparecido Brentan registrou a acolhida do andarilho pelo irmão. Um final feliz.